Políticas públicas para o combate e prevenção do câncer em mulheres

Em casos de câncer, a ideia do quanto antes diagnosticado, maior a taxa de sobrevida deste paciente é totalmente verídica, mas se isso é um fato, por que nosso Sistema Único de Saúde (SUS), que é considerado o maior sistema público de saúde do mundo, e que tem por missão promover justiça social, oferecendo atendimento igualitário a todos os brasileiros, sem distinção, ainda falha quando se trata de diagnóstico precoce?

O câncer é um problema de saúde pública mundial e esse tema se torna ainda mais complexo quando falamos em saúde da mulher, afinal, somos a maioria da população e quando se trata de saúde, necessitamos ainda mais dos serviços do SUS.

O câncer de mama, foi o câncer de maior incidência entre as mulheres no Brasil nos últimos anos, seguido do câncer de cólon e reto e colo do útero. Hoje com o avanço da ciência e das diversas tecnologias, o câncer, quando diagnosticado em sua fase inicial, aumenta significativamente as chances de cura ou de sobrevida da paciente.  

O SUS ainda apresenta falhas no momento do diagnóstico precoce, onde a burocratização e a falta de políticas publicas abrangentes a nível nacional voltadas a saúde da mulher, dificultam o acesso a exames primordiais para esses diagnósticos, como a mamografia, coleta de Papanicolau, USG de mama e transvaginal, exames considerados de rotina na saúde da mulher, entre outros.

Programas como “Mulheres de peito”, “O viva mulher”, “60 dias” entre outros, foram criados para facilitar o acesso aos exames de rastreamento do câncer de mama e colo do útero e garantir o início do tratamento de forma mais rápida,  porém necessitamos que esses programas, e todos os outros que já existem e os que ainda virão, cheguem de fato as regiões mais periféricas do nosso país, pois não adianta termos políticas públicas no papel, mas que na hora de colocá-las em prática caem na morosidade do sistema.

Ao longo dos anos, evidenciou-se a desigualdade de gênero sofrida por nós, mulheres, impactando grandemente nossas vidas, principalmente no cuidado com a saúde, a necessidade de jornadas triplas com trabalho, casa, filhos, estilo de vida, poder econômico, moradia, alimentação, etc. Tudo está ligado e impacta negativamente na saúde da mulher.

A participação ativa das mulheres na política, vem crescendo de forma significativa, o que faz toda a diferença quando falamos de políticas públicas voltadas a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer em mulheres.

Se faz necessárias a criação de novos programas e projetos que visam acolher essas mulheres e orientá-las, além de investimentos em educação, saúde, conscientização do autoexame e do autocuidado para que vidas sejam salvas, afinal, quem mais conhece as necessidades das mulheres do que outra mulher?

Fontes:

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estimativas-no-brasil

https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/abril/mulheres-batem-recordes-de-participacao-na-politica-brasileira

https://rbc.inca.gov.br

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